quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O peixe morre pela boca, pelo que sai dela.

Na década de 40, eu era apenas um garotinho de calça-curta, andando travesso no município de Saúde - BA; bem pra lá donde Judas perdeu o cachimbo. Literalmente "quintos do Brazil".
Ainda nessa época, pelo menos pr'aquelas bandas, não se tinha muito contato com a bíblia física. Hoje é impossível, praticamente, que qualquer casa de cristão tenha menos que um exemplar. Mas tínhamos a bíblia moral e ética (que me pergunto, vez por quando, se não era mais aproveitável...), passada de pai pra filho por tradição oral, processo que nos manteve a nós, judeus, como um só povo mesmo após três grandes diásporas. Uma espécie de essência concentrada dos seus conceitos.
Lembro-me que, uma das lições que vovó ensinou se fincou para sempre em meu coração: "o peixe morre pela boca, mas ao mesmo tempo, o que contamina nóis não é o que a gente engole; é o que sai da boca". Lembro-me de a poucos dias fazer associação com essa frase.
Se num lapso de minuto me atrevesse a proferir essas palavras seria hilário; imagine: "O que contamina o homem não é o que ele engole, mas o que fala [...] Garçom, manda mais uma ai (com voz ébria).
O que o homem fala revela o que carrega em seu coração. Quais problemas cardíaco-pneumáticos você tem "vomitado" nos ouvidos dos seus conhecidos?

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