quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quem com ferro fere... está atrasado.

Quem com ferro fere ...

... Pode se dar por feliz; pois saiu do paleolítico para a era dos metais.

É engraçado como no período em que o mundo era subjugado pela dominação romana - que é representada pelo sonho de Nabucodonosor como sendo "pernas de ferro" - os judeus ainda agrediam os "pecadores" com pedradas.

Os estudiosos do comportamento humano nestes últimos milhares de anos, chegam, todos a uma, a conclusão de que a sociedade e o modus vivendi sempre foi determinado pelo poder de "fogo", ou seja, pelo seu potencial destrutivo.
Seguindo-se a isso o poder da divindade nacional, é a idéia do "padroeiro do país". Esse patrono divino era visto em segundo plano. Assim não fosse, não desafiariam os hebreus tendo sabido de sua passagem pelo Mar Vermelho. Mas justamente por não possuirem grande arsenal bélico foram, por muitas vezes desafiados rumo a Canaã.

É sabido que na história não-escrita, conhecida como pré-história houveram 3 períodos marcantes, marcados justamente por esse poder de guerra, e por conseguinte, de construção de utensílios. O período da pedra-lascada, ou paleolítico. Da pedra polida, neolítico. E a era dos metais, inaugurado como a era do bronze...

No período da dominação romana, nosso rabino-menino-de-rua está assentado a jogar jogo-da-velha quando dele se aproximam as autoridades de seu tempo. Devotos de Yaweh, e zelosos pela lei; nas estradas feitas e pisadas pelas pernas de ferro do império romano. Pegam pedras e poem à prova Jesus de Nazaré... A resposta é de matar... Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra. Você pode conferir em João 8:1-11.

Em pleno século XXI ainda ferimo-nos uns aos outros com minerais, sobretudo o silício. Isso mesmo, os componentes eletrônicos do seu PC são feitos com base nesse mineral.

Nossa intolerância e, por outro lado, complacência com nosso próprio pecado nos cega ao ponto de conduzirmos informações ofensivas pelas "pedrinhas do nosso PC" e destruirmos a oportunidade de cura dos outros.

Eu não sou ninguém para lhe perdoar os pecados, mas afirmo, Ele é fiel e Ele é justo para nos perdoar.

...Nem eu te condeno. Vá e não peques mais.

Rabí fora-da-lei

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Prostituto Intelectual

Quando idealizei esse blog o fiz por questão de consciência. Interpreto, e o mundo acredita que sou quem digo ser.
Não há nada mais aviltante à consciência que sorrir para alguém tendo desejo de desaforá-lo, esfaqueá-lo, esquartejá-lo e depois de tudo isso ainda ordenar que ele resolva equação de 2º grau.
Então é assim; o blog me serve de psicólogo. Nunca tive intenções de ser lido, adorado e tal... Ser odiado, eu considerei.

A ciência reconhece alguns "reinos" para dividir gênero, por exemplo: reino animal, reino vegetal, entre outros.
Dentro do reino animal existem duas divisões mais identificáveis. Trata-se do "animal irracional", cá pra nós, não existem muitos pois cachorro abana a cauda a quem conhece ou simpatiza, rosna aos demais; papagaio tem hábito de imitar voz e lesma, de imitar nas paredes braço de moleque gripado.
Também temos o chamado "animal racional", trata-se do gênero humano, que apesar de parecer, existem menos humanos racionais que bichos sem razão ou raciocínio. Seja como for, vale igualar esse gênero pelos que contrabalanceiam no processo. A filosofia vai identificar alguns que se destacam - por fazer uso do direito de pensar - como "intelectual orgânico".

Mas a reflexão de hoje lança luz a uma terceira categoria; os "humanos irracionais", doravante denominados H.I.

Os H.I são aquela raça de gente que faz questão, não só de abrir mão do seu direito de pensar, como se empossam do direito de, em nome da religião, excluir a pessoa do status de Imagem e Semelhança de Elohim.

Eu poderia muito bem sacar das páginas das escrituras argumento suficiente para aterrar e sufocar esse comportamento bestial. Me recuso a fazer tal barbárie, pois é meu direto pensar, raciocinal e argumentar com um pingo de lógica o que se faz nesse país em nome de Yaweh e "amparado" por Sua palavra.

Há um sem-número de amigos que frequentam meu lar e têm suas comunidades cristãs em que são líderes. Tais pessoas são meus conselheiros, amigos, cooperadores. formamos um grupo de discussão sobre assuntos relacionados às comunidades judaico-cristãs.
Mas o que mais me causa espécie é que presido qualquer assembleia, leciono em diversos países sobre religião, igreja e seus impactos na sociedade em que se insere. Contudo há dois motivos que me desabilitam  a ensinar nas suas comunidades locais: tenho bigode e não falo em línguas desconhecidas.

É um absurdo que qualquer débil mental incorpora forçadamente um imitação fajuta do Dr. Fritz, arrasta um "idioma",uma espécie de alemão ébrio comendo farofa com pimenta em noite de lobisomem travesti, tenha espaço no púlpito, nas cátedras e nas decisões das comunidades de gente que compartilha de concelhos comigo. Estou repensando meus conselheiros e amigos de divã.

Espero que não tenha te ofendido, pois espero que você também não seja outro daqueles H.I. è melhor ser animal racional. Ou melhor ainda, Intelectual Orgânico. A gente sofre mas compensa.

O que não desejo ser, e peço que Deus me exploda se estiver à beira dessa postura, é um Prostituto Intelectual. Não quero dizer meia-dúzia de palavras com terminação em "éia", "áia" e ùia" a troco de tentar ensinar um bando de ignorantes.

Rabi fora-da-lei

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O peixe morre pela boca, pelo que sai dela.

Na década de 40, eu era apenas um garotinho de calça-curta, andando travesso no município de Saúde - BA; bem pra lá donde Judas perdeu o cachimbo. Literalmente "quintos do Brazil".
Ainda nessa época, pelo menos pr'aquelas bandas, não se tinha muito contato com a bíblia física. Hoje é impossível, praticamente, que qualquer casa de cristão tenha menos que um exemplar. Mas tínhamos a bíblia moral e ética (que me pergunto, vez por quando, se não era mais aproveitável...), passada de pai pra filho por tradição oral, processo que nos manteve a nós, judeus, como um só povo mesmo após três grandes diásporas. Uma espécie de essência concentrada dos seus conceitos.
Lembro-me que, uma das lições que vovó ensinou se fincou para sempre em meu coração: "o peixe morre pela boca, mas ao mesmo tempo, o que contamina nóis não é o que a gente engole; é o que sai da boca". Lembro-me de a poucos dias fazer associação com essa frase.
Se num lapso de minuto me atrevesse a proferir essas palavras seria hilário; imagine: "O que contamina o homem não é o que ele engole, mas o que fala [...] Garçom, manda mais uma ai (com voz ébria).
O que o homem fala revela o que carrega em seu coração. Quais problemas cardíaco-pneumáticos você tem "vomitado" nos ouvidos dos seus conhecidos?

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O Rabino favelado

Por que um rabino? Como assim, um rabino fora-da-lei?
Simples. Nenhum rabino está acima da lei. Nenhum rabino é capaz de corresponder às expectativas da lei.
Eu, como réu confesso; ciente de minha total incapacidade de fazer por merecer mais amor de Deus; e outro tanto, incapaz de praticar algo que O faça me amar menos; me rendo à sua graça.
Por esta razão me lancei há no mínimo quarenta anos na jornada de rabi. Me pondo a seguir os passos do rabino andarilho Jesus de Nazaré.
Jesus de Nazaré, estava para os cidadãos de seu tempo como um mendigo está para os zumbis no século virtual. Com um diferencial: Podia não ter pouso para sua cabeça, mas seus pés receberam o fardo pesado que atormentava a cabeça daquela pecadora. Podia não ter dinheiro no bolso, no entanto as multidões em sua companhia de nada tinham falta. Podia não ter absolutamente nenhuma posse, mas a cruz que carregou, e que nem Sua era, nos proveu saúde, paz, absolvição, aceitação para com Seu pai.
Quem se atreve a dizer o que você há de fazer para herdar a vida eterna? Ouça o rabino favelado Jesus de Nazaré: "siga-me" Mat. 19:21
Note que no contexto Jesus percebe que um moço gostaria de estar à altura da "expectativa" de Deus, ao que lhe responde: "se queres ser perfeito, venda o que tem e dê aos pobres [...]". O que não responde à pergunta "o que faço para herdar a vida eterna?", pois Deus não espera que no céu entre mais que um ser humano perfeito; e Este já está lá...