sexta-feira, 20 de abril de 2012

Reciclagem de araque


Reciclagem de araque

É sabido por tantos quantos tenham massa cefálica que pra lograr-se êxito na reciclagem o material a ser reciclado deve estar o mais livre de impureza quanto possível for.
A alternativa de reciclagem de pré-escolas, creches e “donas do artesanato” não me parece muito boa do ponto de vista da re- “ciclagem” justamente pelo fato de pôr termo ao “ciclo”.

Uma garrafa PET após uma lavagem, moagem e extrusão pode ser utilizada para fazer resina, espuma de colchão, displays entre tantas outras coisas. Entretanto, a mesma garrafa após o violento toque de uma criança pré-escolar ou uma agressiva intervenção da vovó do artesanato interrompe seu ciclo forever.

Cola, glitter, arame, strass, areia, tinta acrílica, cola quente (que é outro polímero) etc. tudo pra embelezar um lixo e “reciclá-lo”. A palavra mais apropriada seria desciclar, mas o costume é dizer reciclar, justamente pra não pesar na consciência e dar um ar de utilidade aos “novos trecos”.

Essa mentalidade “filhos de Gaya” ocupa atualmente os bancos das igrejas e os mais inocentes corações. Remenda aqui, cola ali, disfarça acolá (1ª vez que uso essa palavra) e já temos um cristão novinho de novo. Reciclado.

Que foi que Jesus falou sobre vasilha de couro velho pra vinho novo? Como é que se remendava na roça calças velhas? Conceitos e processos tão antiquados quanto o cristianismo legítimo e ao mesmo tempo tão ignorados como esse mesmo cristianismo.

O evangelho é a notícia novinha de que tudo o que alguém podia fazer pra ser aceito por Deus, Jesus fez na cruz. E a notícia de que tudo o que alguém pode ser de Deus é filho. Deus não se faz nosso inimigo, juiz ou uma espécie de capeta divino. Só não podemos ser deuses (nem pra nós mesmos), mas de certo modo podemos ser até mais; posto que nada éramos e deu-nos o poder de sermos feitos Seus filhos, é claro os que em Seu Nome creem (Nome de Jesus Seu Filho Unigenito).

Para se fazer reciclagem do ser Humano há que se aniquilar o velho processo do remendo de odres. Vinho novo pessoal. Safra nova, fermentado e espumante. Podemos ser filhos de Deus. Basta crer, então o novo ciclo se dará de forma correta. Podemos ser garrafa nova na mesa da sociedade. Enrubrescer as faces de alegria, invadir lares de festa.

Estamos aqui pra isso.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Páscoa Cristã motivo de chacota


Os novos cristãos

Com tantas coisas com o que nos preocuparmos – como uma liderança que cobra para dar o que recebeu de graça – nos submetemos a esse tipo de liderança, engolimos tremendos camelos e nos gabamos por zelar e guardar a igreja de minúsculos mosquitos como “coelhinho da páscoa” e papai noel. Isso é uma tremenda desgraça.
Não houve em toda a história da trajetória do Filho de Deus aqui nesse planeta inimigo pior que os carolas e puritanos de seu tempo. Esse problema se estende pelos séculos por essa corrente chamada inda que de forma taxativa de “fundamentalistas”.
Não é sempre que um camelo é mais devastador e inconveniente que uma mosca, entretanto, no que tange à digestão é preferivel engolir algumas moscas que um camelo inteiro. Será que essa metáfora não é somente uma duplicação do “cisco” e a “trave”? Pessoas demasiadamente justas que retiram traças da casa de Deus mas que alimentam ratos e baratas no santo dos santos? Ou que lustram as taças e candelabros mas que perdem o livro da lei?
O problema principal da relação homem X bíblia (palavra de Deus) não está na interpretação pessoal da bíblia para a minha vida, está na transposição dessa “minha” interpretação para a vida coletiva; na forma como implanto tanto novas, como velhas convicções na sociedade.
Enquanto os cristãos, sobretudo evangélicos lutavam contra a “Nova Era”, os do movimento lutavam pelo planeta. Conclusão, 30 anos se passaram e agora estamos correndo atrás do vento que a Nova Era deixou atrás de si. Desde sempre deviamos saber que bom cristão não joga lixo no chão; mas é mais fácil combater na atmosfera pseudo-moral, pois se assim for eu sou padrão de perfeição.
Coelho e ovos de páscoa não têm mais o resultado herdado da cultura helênica; não são mais uma crença, são uma mera tradição. Diferentemente do nosso neo-paganismo cristão que adora seus pastores e lhes confere caráter ilibado tornando-os padrão de santidade e perfeição.
Árvore de natal, ovos de páscoa, dia das crianças e papai noel são claros a todos os olhos como motivos de comércio. Qualquer débil-mental sabe que são datas estratégicamente distribuídas ao longo da jornada da Terra em torno do sol (ciclo de 365 dias e 6 horas) para manter o fluxo do dinheiro e respiração dos burgos.
Combatemos os simbolos da páscoa, entretanto quem ditou o dia da páscoa? Combatemos o pinheirinho de natal, entretanto não lançamos mão do maldito chester e o levamos a uma favela para celebrar o nascimento do criador em meio aos pobres do nosso tempo – pois Jesus de Nazaré foi o pobre de seu tempo. Combatemos o Halloween como festa das bruxas, entretanto nunca instituimos o “dia dos mártires”- homens e mulheres queimados como bruxos e entre eles astronomos, inventores, sociólogos etc. Combatemos o “dia de nossa senhora”, mas não celebramos o dia de Nosso Senhor com o júbilo que deveríamos, com o entusiasmo que se Lhe deve; quase sempre é feito a meia-luz, portas fechadas e tom de velório. Ora, Este que morreu, ressurgiu e está em glória inacessível.
Meus caros carolas, povo safado com pinta de santo – pois todos somos safados, só não ostentamos todos o status de santo – esse puritanismo cafajeste que esmaga o pobre, omite a justiça, faz vistas grossas para o pecado, de nada serve. Arrependei-vos e crede no evangelho. Quem tem duas túnicas, reparta. Quem tem pão, não deixe o vizinho morrer de fome.

A sã doutrina é:

A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo.
Tiago 1:27

"Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas.

Guias cegos! Vocês coam um mosquito e engolem um camelo.

"Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas por dentro eles estão cheios de ganância e cobiça.

Fariseu cego! Limpe primeiro o interior do copo e do prato, para que o exterior também fique limpo.

"Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície.

Assim são vocês: por fora parecem justos ao povo, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e maldade.

"Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês edificam os túmulos dos profetas e adornam os monumentos dos justos.

E dizem: ‘Se tivéssemos vivido no tempo dos nossos antepassados, não teríamos tomado parte com eles no derramamento do sangue dos profetas’.

Assim, vocês testemunham contra si mesmos que são descendentes dos que assassinaram os profetas.

Acabem, pois, de encher a medida do pecado dos seus antepassados!
Mateus 23:23-32

terça-feira, 3 de abril de 2012

Há morte no espelho

Aqui jaz um desabafo de um tempo em que passava por uma crise aguda de identidade.
Todos me achavam perfeito, aliás eu "era"; até que me encontrei com o rabino à margem Jesus de Nazaré e depositei o fardo da "justiça própria" a seus pés, tomei minha cruz e o segui.
Dedico perpetuamente esse amargo desabafo à minha amiga virtual Tainá Caroline, 19 anos.
Espero que se você se sentiu assim, decida chutar essa sacola de culpa e voltar a sorrir, pois é para cansados e sobrecarregados que Ele veio e está sempre presente.


Há morte no espelho



Estou enlouquecido, travando diálogo com objetos. O duelo que ninguém pode vencer. Cinco passos, um disparo. Ele quebra e eu sumi.
Em menino inda achava que meu outro igual habitava um mundo ideal.
Adolescência conturbada, olho meu clone para corrigir-me. Quando o livrava das espinhas era liberto igualmente. Quando era rejeitado, seus olhos não podiam enganar-me. Também eramos cúmplices, solitários companheiros.
Garoto do espelho, você é exatamente como eu, só tem um problema; é que só eu sinto a minha dor. Guri do espelho, seu mundo é igual ao meu, porém só precisa existir quando a luz está acesa.
Será que existem festas aí dentro, quando ninguém está te olhando? Onde encontro tantos sósias pra nos imitar? Seis milímetros de profundidade pra um mundo tão completo.
O tempo foi passando e agora sei quem sou. A vida se alinhando e me esqueço de você.
Só pra corrigir leves faltas, cabelos desalinhados, nó da gravata, barba e dentição. Mas por hoje me detive a te encarar um pouco. Como você mudou. Nem te conheço mais. De que será capaz?
Quem eu sou? Quem você é? Não quero companhia de estranhos e tampouco posso decifrar-lhe. As sombras nos teus olhos, os abismos da tua alma. Que mundinho miserável. Espantoso.
Espantoso é saber que não somos mais a mesma pessoa. Alías, nunca fomos. Seu mundo foi mágico, hoje é trágico. Personagem incógnita. Outro “eu” que bem sabemos, o mundo não conhece.
Eu herói, você vilão.
Eu descente, você não.
Homem do espelho. Meu ego, “eu” cego. Homem do espelho, seus olhos não mentem pra mim, os meus sim.
Eu que represento, enceno; e ao apagar das luzes [...] .
[...] Surpresa, festa!!!
Celebro a falsidade.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Interpretações de um doutor da lei indouto

Pra começo de conversa, sou analfabeto de nascença. Circuncidado ao oitavo [...], ou melhor, na oitava tentativa.
Devo orgulhar-me de quê? Tudo o que tenho a dizer é que se um mortal tem algo de que se orgulhar, é externo a ele. Carro, casa, roupa, etc. Um mortal consciente sabe que seu mau-cheiro será semelhante ao da pessoa que mais odeia, que por sua vez é pior que de carniça animal.
Temos algo de que nos orgulhar que não foi produzido por homens, não enferruja, não nos roubam e não perdemos jamais. É a imagem e semelhança de Deus.
No descaminho mais obtuso da raça humana em busca de auto-realização, e por conseguinte, auto-destruição; se encontra a busca da perfeição
E se é verdade que a busca da perfeição tem como primeiro passo o despojamento de toda ordem de mecanismos de auto-justificação; logo então, começamos uma jornada assumindo que nossos pés se encontram já empoeirados com as cinzas dos que morreram na estrada da justiça própria.