sexta-feira, 8 de junho de 2012

Jesus não sabia as respostas.


Leia Mateus 18:16-22 e Marcos 10:17-22

Sejamos honestos, Jesus de Nazaré era um rabino indecente. Além de estar sempre contra a regra ele cometia a falta de elegância de nunca responder perguntas.
O indivíduo surge sedento por uma resposta crucial. “Que faço para merecer, herdar, alcançar a vida eterna?” Ops! O problema era mais grave; herdar é a palavra. Era um mancebo com atributos, qualidades, estudado nas melhores escolas. De família boa; com brasão bordado na túnica. Enfim, não teria tropeçado na gramática, mas teria caído no precipício da precipitação. Existem horas que compensa calar.
Herança não se conquista, não se faz por merecer, não se esforça para obter. Um servo, indubitavelmente ardia sob o sol das fazendas muito mais que os filhos de seu senhor e nem por isso tinha direito em sua herdade.

O velho caminho para se herdar algo era sendo filho do dono. Logo, diante do “Pai da Eternidade ” ele não vê nada além dum rabí a quem bajula com o título de “bom mestre”.
O grande segredo para se herdar a eternidade é ser filho do Pai da eternidade. E isso não é segredo nenhum.
Diante dessa pergunta “que farei de bom para herdar a eternidade?” Jesus examinou em que ponto estava da senda da justiça própria, do desfiladeiro da justiça retributiva e qual a densidade da névoa de graça-meritória se punha a ofuscar a visão desse candidato a discípulo.
Jesus sequer se prontifica a responder, antes esmiúça a mesquinha consciência religiosa desse beato altivo.

“Conheces da lei?” não se deve matar, roubar; não pode isso, não faça aquilo. Respeite seus pais, ame a Deus, etc. É como se Jesus dissesse: Vamos partir de um ponto pacífico; todos os que praticam estas coisas têm presunção de que mereceriam a herança. O fato é que eu não morri e mais, Deus nunca pode morrer. Então, de que herança estamos falando?
A eternidade não pode ser dada por herança pois quem dela é pai, jamais permaneceria morto. Logo sua herança não é uma realidade.
Também ser conquistada porquanto homens mortais que fariam com coisas perecíveis e corruptíveis que seduzisse aquEle que nunca finda?
Logo, pode ser recebida graciosamente, haja vista que o patrono da eternidade é também doador da fé que é o único ingrediente que somado a qualquer ato perecível de pessoas corruptiveis pode agradá-Lo. Se até mesmo o mecanismo que o faz agradável diante dEle é Ele quem desperta em nós, Quem somos? Que fazemos? Somos aceitáveis e agradaveis diante dEle a medida que a Ele nos assemelhamos.

“Se queres ser perfeito...” estas são as palavras de Jesus; ora, nem mesmo respondera a pergunta do moço e já trocara-lhe uma nova proposição.
Ao oferecer ao jovem a perfeição, Jesus condiciona uma situação que  - às vistas de todo o povo – o rapaz já se encontrava. Somente eles dois – Jesus e o moço – sabiam que este era o desejo embutido na pergunta primeira; “que farei para herdar a vida eterna?”
À semelhança daquele homem exemplar, conhecedor da vontade de Deus, esforçado e interessado, nos encontramos nos medindo por Deus. Vemos nosso estado vil e buscamos seduzir a Deus com presentes, penitências e delações premiadas.
A verdadeira vontade de Deus não é que O agrademos, mas que O imitemos.
Foi o que Jesus disse, siga-me. Se desvencilhe das coisas que aprisionam use-as para libertar, então seu tesouro estará nos céus.

Nossas posses realmente fazem o eficiente papel de nos obrigar a tornar os olhos atrás com compaixão pelo que o fogo consome, a enchente embolora, enferruja e incha. Essas coisas vis têm esse poder sobre nós, enquanto que uma criança debilitada só nos faz acusar a mãe, ao poder público e dependendo da gravidade, a Deus. Por que será que nunca somos culpados dos vizinhos, dos pedintes, do pobre, do esquecido, do doente e dos pervertidos da sociedade? Basta pedir-nos à janela do carro e logo levantamos os vidros rezando a oração relâmpago “Ai meu deus”.
Como será que Jesus interpreta essa oração?
Tudo o que se torna importante se torna portátil; com Deus não seria diferente; com a oração na aflição também.
Tornamos Deus um ídolo e “rezamos” para Ele. A diferença entre Deus e um ídolo é que Deus só ouve um tipo de oração; a que fazemos. Ele só ouve um tipo de pessoa; a que fala com Ele.
Os ídolos são diferentes, não ouvem nada, mas os preferidos porque eles também não falam. Como estão sempre estarão; portanto não incomodarão nossos planos egoístas e não frustrarão nossos intentos.

Jesus, no evangelho de Marcos, o amou...

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